Aroldo Camelo de Melo
Minha mulher não recebeu flores.
Esqueci-me delas, as flores.
No seu aniversário
Minha mulher queria flores.
Até poderiam vir acompanhadas
De um cartão poético
Que ela esqueceria ao léu,
Mas as flores seriam exibidas
Certamente como um troféu
Para todo o vento, aos quatro céus.
Existe poesia sem flores,
Mas não flores sem poesia.
No seu aniversário
Fiz-lhe um poema
E ela queria flores.
Causei-lhe descontentamento e dores.
As palavras não têm odores,
São amorfas e vulgares.
Podem ser salutares
Mas sem o perfume das flores
Não exalam seus primores.
No seu aniversário
Minha mulher queria um poema de flores,
Não um ramalhete de palavras.
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
Assinar:
Postagens (Atom)