terça-feira, 19 de junho de 2012


A NOITE SE FOI SEM DESPEDIDA
Aroldo Camelo de melo




O dia amanhece. A noite cala.
No seio da serra, a névoa é rala.
Depois das palavras vazias
Minha boca já não fala.
Desfez-se o tempo de fantasia.

Meu secreto murmurar
Canta ao ritmo do vento,
Guarda no peito a magia
E eu me contento
Com a fugacidade do tempo.

Adiante, trapos humanos a vagar
Embaçam-me a retina entorpecida.
Do pecado da noite em despedida
Apenas restou a palidez lunar.

Assim envolto nessas andanças
Achega-me à lembrança
Uma cena de Pedro Almodóvar!
A vida é uma peça teatral sem intervalo!