Aroldo Camelo de Melo
Ouve-se as murmurâncias do amor. Palavras inaudíveis.
Os corpos se contorcendo. Tudo é deleite. Néctar extasiante.
No leito paira o odor latente. Como medir a sensação do prazer?
Nenhuma ação se faz necessária. Só a quietude é manifesta.
É a avalanche do querer a soterrar o não-querer.
Do nada se faz plenitude. A vida se faz festa.
Como desfigurar aquele quadro? Impossível descrevê-lo
Ou prendê-lo pelos recursos pífios da grafia.
E as palavras? Pobres, as palavras se entreolham
Interrogativas.Na busca de uma compostura impossível.
Exauridas em si mesmas, estufadas de apatia.
Tudo é furtivo às escâncaras. Paradoxo infinito. Desmesurado.
Vem, vem. Por que teimas em descolorir o azul do mar?
Ao longe os pássaros gorjeiam. Escuta-se o trinar nas campinas.
No céu os astros se imantam das fagulhas de amor.
Eis que o Tempo é infinito. A vida é repentina.
quinta-feira, 1 de abril de 2010
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