sábado, 12 de novembro de 2011

ALEGRIA



Aroldo camelo de melo

Desliza sorrateira
Em revoltoso ar
Num uníssono bailar
Cheia de encanto.

E sem pranto
Caminha audaz
Uma pluma a vagar
Leve como o vento

Tudo é só contento
No seu existir.
Tudo é paciência
No seu laborar.

Só sabe amar
Só sabe sorrir
E seu mundo anil
Nos contagia.

Sua luz irradia
Uma aura feliz
E tudo nos diz
Que é alegria!

DIZER NÃO ÀS AMARGURAS



Aroldo camelo de melo

É um rosto amargo. Magro.
Talhado pelas intempéries.
Sério. Em silêncio pétreo.
Etéreo. Longe. Malogrado.

De artérias dilaceradas.
Consumido em lenta combustão.
Sofrido e de cicatrizes marcado.
Vazio de vida. Amargurado.

O que dizem essas rugas?
O que dizem esses sulcos
Grafados de falso azedume?
Uma existência fatigada.
Uma luta atroz, extenuada.

E essas fantasias cruas?
E essas raízes secas e nuas?
Conjugarão o silêncio preguiçoso
Ou dirão em grito uníssono
Que não comungam o badalar
Dos tristes e sonolentos sinos?