sábado, 12 de novembro de 2011

DIZER NÃO ÀS AMARGURAS



Aroldo camelo de melo

É um rosto amargo. Magro.
Talhado pelas intempéries.
Sério. Em silêncio pétreo.
Etéreo. Longe. Malogrado.

De artérias dilaceradas.
Consumido em lenta combustão.
Sofrido e de cicatrizes marcado.
Vazio de vida. Amargurado.

O que dizem essas rugas?
O que dizem esses sulcos
Grafados de falso azedume?
Uma existência fatigada.
Uma luta atroz, extenuada.

E essas fantasias cruas?
E essas raízes secas e nuas?
Conjugarão o silêncio preguiçoso
Ou dirão em grito uníssono
Que não comungam o badalar
Dos tristes e sonolentos sinos?


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