sábado, 8 de dezembro de 2012

QUE SOMOS NÓS

aroldo camelo de melo

Algumas noites contemplo a cintilância do cosmos
E sinto, numa melancolia incoerente, quanto diminutos somos:
Um cromossomo em uníssono verberar na amplitude infinita
Navegando anonimamente no silencioso espaço.
Vejo o universo como um barco flutuante em harmônico compasso
com as estrelas bailando no salão oval do firmamento.
E assim pensativo, assim mudo, assim quedo
Eu me contento, enfim, em ser brinquedo
Nas mãos plenipotentes do Onipotente.
Busco insistentemente no âmago do meu imaginário
A placidez incessante dos astros longínquos e inaudíveis
Então mergulho nos calabouços dos sonhos ululantes
E acordo leve com a respiração ritmada do horizonte.
Que somos nós senão ínfimas partículas impuras
Poluindo a limpidez purpurina do firmamento?


 

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