sexta-feira, 7 de novembro de 2008

EM TRANSE

Aroldo camelo de melo



Na intocabilidade de seu corpo
Envolto em alvos lençóis,
Na inviolabilidade de seu corpo
Claro como a luz de dez sóis,
No seu olhar dócil, fleumático,
Um difuso sentido, um ardoroso desejo
Aninhava-se febril em meu peito.
Quis afastar pensamentos de afagos,
Quis demover instintos carnívoros
A consumir minhas entranhas.
Temia que a forçada abstinência,
A impulsiva sinapse,
Desencadeasse um transe extremo
E a incontrolável midríase
Denunciasse meu estado de torpor.

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