sexta-feira, 31 de julho de 2009

MEU ETERNO RECANTO

Aroldo Camelo de Melo


Sorvo cada gota desse orvalho
E se miro o céu, mergulho no tempo
E meus olhos projetam um vídeo-tape
De minha antiga morada.
Cada poro de meu corpo
Respira o úmido e efervescente ar
Que se desloca lentamente entre tuas serras.
A língua liberta que carrego comigo
Herdei-a dos teus guerreiros potiguaras.
Meu olhar, lépido e fugaz, penetra
Essas profundas raízes e se alastra
Numa desmesurada ternura sob o murmúrio
Das flores que inebriam teus campos.
Tudo que eu disser sobre ti
Já o disse teus poetas e menestréis
Sob a forma de canções e de cordéis.
Meu sangue borbulha quando adentro teus quintais
E minhas lâmpadas se acendem, numa efusividade ímpar,
Quando o plangente tilintar
Dos sinos de tuas igrejas me acordam.
É aqui meu eterno recanto e não me canso
De incessantemente cantar a beleza dos teus horizontes.
Aqui bebo o cálice da alegria
E lanço alvíssaras à Rainha da Luz que te alumia!

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