Aroldo Camelo de Melo
Pensei-me vento. Ia e vinha na imensidão vazia.
Balançante. Embriagado pelos ares abundantes.
Tinha a liberdade dos cometas vagabundos, sem paradeiro.
De chofre, um anteparo aparente intransponível.
Torre de percalços que se avolumava a cada passo.
Aos olhos do timoneiro de nuvens, nada exequível.
A minha alegria por um fio se esvaía.
Eis que surge imenso desfiladeiro, garganta fulgurante
Que dava vazão a rios caudalosos de esperanças.
Centelha capaz de desobstruir forças ocultas e perversas.
E por mais adversa, a nudez se vestiu dos farrapos
E o vento fluiu pelos palácios exuberantes dos deuses oníricos.
quarta-feira, 22 de julho de 2009
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