terça-feira, 3 de novembro de 2009

MERGULHADO NUM BURACO NEGRO

Aroldo Camelo de Melo



À volta vejo uma penumbra sem rastro
E cada coisa em baixo relevo
Se apaga como uma sombra fugidia.
Será necessário apelar para
Essas memórias recrudescidas?
Não direi nada
E o que poderia dizer, não diria nada.
Sei que ainda respiro
Porque meus olhos inda guardam
Sintonia com meu cérebro.
Todas essas cores pesam como chumbo
E nunca o opaco se fez tão imperativo.
A luz refletida no translúcido
Navega indefinidamente na escuridão da noite.
Astros se entreolham à distância
E tudo se turva na neblina cósmica.
Estarei mergulhado num buraco negro?