terça-feira, 31 de março de 2009

VASTOS HORIZONTES

Aroldo Camelo de Melo

Definir o caminho da jornada! Tantas trilhas!
Busca-se continentes e tudo se mostra ilhas.
Vestes rasgadas e as horas galopam velozes.
Meus pés descalços retomam, apesar de lentos,
Outrora caminhos de esperança
E meus olhos grafam, de solidão, a noite.

De solidão, porque as mãos acenaram
E o que se pensava perpétuo se esvaiu como espuma
E nunca mais será rocha, porque rocha nunca foi.
Ainda estou acordado! Meu sono entrecortado
De anseios não me deixa mais sonhar.

Escuto, apesar dos gritos, um som melodioso.
Para desespero dos iconoclastas,
O céu azul parece se desmanchar em aleluias.
Não será Ravel com seu bolero?
Ou Beethoven com suas sinfonias?
Não sei se resplandece meu semblante.
Só sei que ecoa uma sonora melodia
Na amplidão dos meus vastos horizontes!

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