Aroldo camelo de melo
De onde vem essa luz se o sol de pôs?
Astros se abalroam derramando seus ácidos
No cálice sideral. Fantasmas se revelam
E suas caras amarrotadas agitam as marés
E os cabelos ondulantes das águas se entrelaçam
Nos caminhos de indomáveis tubarões.
Nas estrelas de inatingíveis galáxias, vibram
Neurônios embriagados de seres alienígenas.
No desespero, o reluzir da indiferença fere
Como lâmina afiada de um gládio.
Na face desnuda do tempo apaga-se a última candeia
E a escuridão parece dominar o sorriso do mundo.
Os frutos paridos do ventre do homem são venenosos.
A primavera tardia perdeu o trem da estação.
Tudo irrompe e extrapola sua órbita.
Será necessário cruzar o inferno, beber lágrimas
De sangue derramado, para que a centelha de luz finalmente
Resplandeça na primavera, num ritual de purificação?
Porém, se miro as estrelas cintilando, se me extasio
Com os golfinhos peraltas em cambalhotas ao mar,
Pressinto que não se extinguirá o fulgor dos céus.
Mas de onde vem essa luz se o sol se pôs?
sexta-feira, 3 de abril de 2009
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