quinta-feira, 23 de abril de 2009

SILENCIARAM O AMANHECER

Aroldo camelo de melo


Aflora-se sonhos malogrados e é evidente a frustração!
Até quando os doidivanas poetas vão espargir
Nas terras de elefantes mudos o húmus da fantasia?

Nestas pastagens é debilitada a voz, distorcidas as idéias.
Na efemeridade nada se distingue além de ventos fugidios.

Eu não quero turvar minha visão com as impurezas
Que galopam nas planícies e nem me banhar nas águas
Profundas e impenetráveis das sombras de olhares oblíquos.

Desgovernado está o destino, pois violaram a beleza do existir.
Assim se desfigura o voo altaneiro do albatroz sobre os oceanos
E apenas minhas insônias mergulhadas nessas aguas gélidas
Imergem como icebergs perambulantes
A dizer melancolicamente que vã é a madrugada
Já que silenciaram o amanhecer!

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