sábado, 19 de janeiro de 2013

TEU ROSTO

Aroldo camelo de melo

  

Em vão foi minha procura no universo
De um rosto que teu rosto me lembrasse
Ou que ao menos esse rosto contivesse
As linhas que inspiraram os meus versos.

Rostos encontrei e tão diversos
Que me trouxeram outras miragens;
Buscar um outro em outras paisagens
É um tanto quanto controverso.

O teu rosto é uno e tão complexo
Esfinge de traços indecifráveis
Até os deuses acham impenetráveis
Já ninguém ousa encontrar um nexo.

É teu rosto um enigma tão secreto
Enevoado de bolhas purpurinas
Que do céu a abóboda cristalina
Talvez o represente por completo.

Assim um tanto quanto circunspecto
Me deslumbro com esta epifania
De anjos em suas longas romarias
Dando ao teu rosto de deusa aspecto.

 
 

 

 

 

 

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