quinta-feira, 7 de abril de 2011
A TERRA QUE NÃO MORRE
Aroldo camelo de melo
Mirando a paisagem cinza e longínqua
Na cintilância das últimas vascas do arrebol
Pressinto círculos concêntricos abraçando meu olhar.
São os braços do tempo a dizer: Deus não é silêncio.
A planície rala das árvores emurchecidas
É túmulo e berço concomitante
E não obstante a vida pulsa nessa pátria ressequida;
E a morte de igual sorte disputa cada palmo desse chão.
Vida e morte convivem em comunhão
Sob a complacência da natureza deitada nos escombros.
E, de súbito, essa mesma natureza, se levanta altaneira
Quando um comboio de nuvens se desmancha em água
Borrifando o chão ávido de sede.
Tudo entra em metamorfose. É o mistério da ressurreição.
E a mulher telúrica volta a respirar aliviada
Depois de saber-se ternamente amada.
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