Quando de minha aposentadoria
aroldo camelo de melo
Chegou a hora. Estou me indo.
Não! Não levarei comigo nenhum resmungo.
Guardarei os ideais com quais comungo
E o torpe esquecerei num vão profundo.
Enigmas, muitos desvendei,
Outros, a mim insolúiveis, posterguei
Mas não lamento os parcos e os percalços
Que me atravancaram os passos.
O carimbo que o passado me grafou
É despojo que transformei em versos.
Outros, a mim insolúiveis, posterguei
Mas não lamento os parcos e os percalços
Que me atravancaram os passos.
O carimbo que o passado me grafou
É despojo que transformei em versos.
Pois aqui, neste poema, confesso,
Foi-me fonte fantasmagórica.
Meus velhos sonhos são perenes
E caminharão comigo ad eternum
Mesmo que a utopia os abandone!
Os pesares, não os recordarei
Pois melhor foram os ares
Pelos quais voei.
No mais, foi bom ter sido eu,
Foi boa a luta que lutei,
Foi bom ter sido o que sonhei!
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