segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

PROSA DO ANO BISSEXTO



Aroldo camelo de melo



O novo ano se aproxima, já vem vindo a galope.
Que não seja de indigesto trote, esse ano bissexto,
Mas já chega numa aurora enegrecida:
O chinês mira o mundo e levanta a batuta,
E prá contenteza do capeta, na Rússia
Ressurge com força, Putin, o filho da puta.
Menos mal: a Itália se livrou de Berlusconi, o sacana.
A Europa empobrecida e a América do Norte
Abusaram tanto da sorte,
Podes crer, andam nos pedindo emprestado,
Quem diria, pedindo emprestado ao Brasil.
E eu já disse, dinheiro pra aqueles safados
Só se for a juros mil, porque em recente passado
Eles nos esfolaram e nos deixaram de tanga
E ainda nos mandaram uns capangas
Nos dar uma boa surra
E ficaram de longe assistindo, gritando “urra”.
Dizem que ano bissexto é ano sem vergonha.
Assim nos disse Vinicius que pior só fazendo de encomenda
E assim o disse se referindo ao ano de confusão tremenda,
O famigerado 64.
Ano em que os fardados deixaram o povo de quatro.
A mando dos americanos, montaram uma urdidura, 
Deram um golpe de estado e implantaram a ditadura.
Eita, tempo carrancudo. Não se podia abrir a boca.
Se tinha três reunidos numa esquina ou botequim
Jogando conversa fora,
Logo, logo, sem demora
Aparecia uma patrulha ou guarnição
E aos socos e pontapés
Empurravam os manés nos fundos de um camburão.
Mas vamos deixar o passado prá lá, 2012 está aí.
E dizem uns profetas de araque que o mundo vai explodir.
Que não expluda nem prá mim nem para os meus,
Porque o mundo só explode para quem morreu.
Explodido está o Iraque. Esse está esfolado.
O americano saiu de lá e deixou um cenário desolado.
Lá, gastaram um trilhão, foram embora
E deixaram o povo de pires na mão. Digo, de bomba na mão.
Que o ano de 2012 nos traga mais poema e mais poesia
Porque o povo está necessitando de muito mais fantasia.
Chega de tanto estresse
E que Deus derrame suas benesses
No seio do povo Seu.
Que o ano de 2012 nos traga paz e esperança, mesmo que tardia
E que não falte o pão na mesa de quem não comia...

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