quinta-feira, 27 de agosto de 2009

EXEMPLO DE HUMILDADE

Aroldo Camelo de Melo



Todo dia um porco vai àquela porta.

É parca e pulsa sua cauda em S.

Alegre, o porquinho esquece

Que provoca asco e revolta.

Que importa? Indaga o porco.

Quero mais do que o focinho na lama,

Que se canse aquele que reclama.

E embora estafado do menosprezo,

Acossado e banido como peste,

O porquinho se doa inconteste

E em roupa e sapato de madame

Se traveste!

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