Aroldo camelo de melo
Quando serei o ser que concebo e desconheço?
Acaso o ignoto é tão-somente invencionice
De maquinações cerebrais?
E se existe, habita labirintos de mundos alegóricos
Fulgurando no espaço fantasmagórico?
A urgência do mundo isola o homem numa masmorra egoísta
E seus impulsos exteriores se chocam com filetes
De consciência que ainda restam nas concavidades
Profundas do inextinguível dos seres.
Se não me é dada a compreensão de mim mesmo,
Como exprimir minha verdadeira identidade?
Como saber se o que penso construir
Não é ficção do que irrompe da página invisível
E se projeta no espaço incandescente da memória?
São vãos os murmúrios que me chegam
Dos meus recônditos anônimos
Pois que exprimi-los seria atear fogo
Num paiol de desconhecido e misterioso calibre.
Melhor retomar o silêncio e deixar que as palavras
Aleatórias quiçá desvendem o improvável do que somos
E escancarem o absoluto, o irredutível, o enigmático
Que, enternecidos, guardamos dentro de nós.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
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