quinta-feira, 10 de setembro de 2009

A ELEGIA DO MEDO

aroldo camelo de melo



Quando a língua muda silencia
E o medo suplanta o medo
E tudo pesa como sombras
De um velho castelo medieval.

Quando na veemência cega, incorrigível,
nada mais faz sentido nesse chão
e é chegada a hora da fuga
antes que se desate o nó da covardia.

Quando demolirem os alicerces do torpe
E derramarem ,aos borbotões, pelas alamedas
O sopro de fé e de esperança e feneça
Na escuridão a força dos deuses impostores,

Incontida será a dor que emergirá das sombras
E tudo desembocará no côncavo do nada
E as vibrações de justiça reverberarão
Pelas espirais dos templos inamovíveis.

Quão obscura é a vida quando o disforme
Mergulha nas roupagens da lei venal!

Nenhum comentário: