quinta-feira, 10 de setembro de 2009

NOITE DA ESPERANÇA

Aroldo Camelo de Melo


Solitário perambulo. E são tantos os caminhos!
Vezes, à sombra de árvores decepadas, repouso.
Quedo. Calado. Vejo fúria, espanto nos olhares.

Mesmo que o horizonte seja só deserto,
Escuto o marulhar de águas. Hipnótico, adormeço!
A repugnância, a indiferença manifesta, esqueço.

No silêncio, um grito entranhado. Desperto.
É madrugada e a esperança bate a minha porta
E acorda meus anseios, meus sonhos incertos.

Embora o sono atravancado, minha alma descansa.
Brilha nos céus a Vésper. É maio e o céu dança.
O ribombar das sinfonias de Beethoven, que escuto
Em pensamentos, enriquece a noite da esperança.

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