quinta-feira, 10 de setembro de 2009

PÔR-DO-SOL

Aroldo Camelo de Melo




Contemplo o vasto e calmo estuário.
Margens consteladas por manguezais e caranguejos.
No silêncio da tarde o sol vermelho ondula
As águas no movimento das marés.
Tudo ao redor imóvel. Séculos e séculos, imóvel.
Insondável, o vento passeia.
Aproxima-se o espetáculo fulgurante.
Meu semblante se aquieta envolto
No som voluptuoso do marulhar das águas.
De declínio em declínio o sol se despede do dia.
Acaricia, beija o rio no horizonte.
É clara a sensação de felicidade intensa.
O sorriso das águas é múltiplo e a natureza por vezes
imponderável
Germina um tempo de fluidez.
O bolero de Ravel espoca no ar.
É o pôr-do-sol na terra dos tabajaras.

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