sexta-feira, 25 de setembro de 2009

MANHÃ

Aroldo Camelo de Melo


manhã
página virgem onde flores desabrocham.
o hálito da noite umedeceu a relva
no silêncio cintilante dos céus.
meu sangue ancorou no porto
de sonhos fluidos e tine e retine
visões diáfanas grafadas em minha retina.
avalanche de idéias jorra de meu cérebro navegante
que em tons ora graves ora agudos
dança e contradança na busca de uma voz silente
que o conduza à porta escancarada do mundo.

no espaço fantasioso há um aeroporto onde pousam
naves alienígenas de onde emergem
pássaros empalhados heróis de cera
a decorarem museus medievais palácios de areia
e o eu-menino se contagia dessa energia interplanetária.

tudo é ficção na adolescência do dia e a manhã
me acena e me sorri borrifando o ar com seu perfume.

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