Aroldo Camelo de Melo
A mim afluem sombras de silêncio.
A relva silente perscruta longe o dia.
Pensativo, o cão afina o faro
Atraído pela graça das garças que voam
Planando águas mansas do lago azul.
Que está a pensar o cão?
Será que voa com as garças?
Às margens, o bosque canta.
Os braços do vento me abraçam.
Estou diante de um dia claro e sereno
E este sol ameno me amorna a face.
Assim, pensativo, mergulho por águas turvas,
Por ruas estreitas de muitas curvas.
O que me espreita? O cão que me abana o rabo?
A garça que me meneia as asas?
A natureza que interroga sobre
Minhas ruminâncias submersas?
Ou é minha consciência nessa dança adversa,
No compasso de uma canção obscura,
Sob a bruma pálida no crepúsculo?
No íntimo do meu claustro
Há odores de flores e chuva de pétalas calmas.
Se me invento, invento meus caminhos
E nessa busca do aconchego do meu ninho
Pressinto que me amadurece a alma.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
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