quinta-feira, 8 de outubro de 2009

COVARDIA

aroldo camelo de melo



Em tudo a quietude. Vazia.
A denotar silêncio conspirador.
Bocas fechadas. Inconscientes.
O peso a esmagar pensamentos.
No nascedouro. De pouca valia
A língua. Inerte. Solerte só o medo.
Opaca é a cor preferida dos inodoros.
A covardia conserva o blefe.
Tudo é festa no reino da hipocrisia.
Palhaço é a fantasia. E assim o despotismo
Se cria. O olhar pelas frestas
Escurece a alma. Sem luta o homem
É fim de linha. Partida. Só o túmulo
Acumula azémolas sem fé.
Em tudo, vazia é a virtude. Pobres de Jó.

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