aroldo camelo de melo
Emudecia. Silenciava em arrepios.
Palavras morriam
Na ponta da língua paralítica.
Pálido, papel pictórico,
Em fogo me ardia.
Como dizer poemas e concertos,
Se, embora dúctil, minha verve
Refluía, engolida por um dilúvio
Imaginário de temores.
Aquele andar deslizante
Mesmo sobre pedras e cascalhos,
Aqueles meneios e trejeitos
Eram relâmpagos em cascata.
Luzes prateadas
Suplicavam odes à deusa
E minha língua de chumbo
Balbuciava palavras inaudíveis.
Tantas orações bocagianas
Fervilhavam minha mente
E aquele metralhar silencioso
Suicidava meus pensares.
terça-feira, 13 de outubro de 2009
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