Aroldo Camelo de Melo
Uma penumbra nubla os ares de caterva.
Templo plúmbeo. Sombras calcinantes.
Um desvario que inebria e que soterra.
Tudo envolto num mutismo alucinante.
Irredutivelmente imóvel. A paralisia
emudece o tempo. O obscuro se manifesta.
Já não se escuta o marulhar nas gretas.
De unânime só o descompasso. Se asfixia
A luz. Tudo é detrito, sujo abjeto.
Direto ou indireto, não pulsa o objeto.
E se pulsa, é algo da onda ao fragor.
Desejos refratários. Reflui o fulgor.
No todo, em nada se espraia a lavra.
Quedam-se exangues as palavras!
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
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