terça-feira, 13 de outubro de 2009

ENERGIA DA FOME

aroldo camelo de melo



O verde inunda o campo.
Homens cortam cana.
De arrebol à arrebol,
Queimam a cara
No vapor do sol.
Caldeirões destilam
Etileno.
Usinas zunem,
Motores roncam,
Panelas tinem,
O tempo treme,
Barrigas barulham,
Ares arrulham,
A fome geme.

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