Aroldo Camelo de Melo
Para meu sogro, Antonio Bezerra
Vejo teus membros inertes
E me quedo triste e silencioso
Como uma folha no outono.
Vejo teu rosto e teus olhos
Que não me veem,
Tuas pálpebras cerradas,
Tuas mãos cruzadas,
Postas a abençoar o mundo.
Meu olhar vê tudo escuro
Na claridade destas moradas!
O tempo nubla minha face
E o obelisco se veste de branco
Para escrever a última linha
De tua briosa história.
Sobre o teu rosto
O silêncio se acomoda
Solidário com tua placidez.
Que palavras te dizer
Se elas tropeçam convulsionadas
Em minha laringe?
Meu olhar, o olhar meu
Enfim liberto da melancolia,
Te lança flores no último adeus!
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
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