Fui construindo meu objeto letra por letra,
sem pressa, sem projeto.
Sempre artífice de laudas repentinas.
Nunca abjetas!
Meus passos não arquiteto. Nem meus horizontes.
Só sei que é dia quando sinto o sol.
Do alto do monte é que vejo a extensão
da planície e seu relevo.
Assim sem me dar conta, trabalhei meus versos
Como quem constrói um castelo de areia:
Fantasia a toda prova, fotografia sem moldura,
Revelada, mas não retocada.
De letras e laudas surge um livro
Ávido por leitor que o critique,
Rasgue-o ou o rabisque.
Mas uma coisa, caro leitor, eu peço:
Não emudeça como espelho cego.
Quero um rosto. Seja um rosto enrubescido
De cólera ou de semblante enaltecido.
Dos meus escritos que se faça
A compreensão de cada um.
As nuvens nascem e se desmancham a cada segundo.
Tudo embaralhado numa ventania de letras.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
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