Vejo-me aqui, vazio,
De olho na ampulheta.
Aranhas tecem suas teias
E eu descalço piso
Em rastro de escorpião.
O tempo sobe e desce montanhas
E os ipês amarelos
Esperam pacientemente o natal.
Minhas trilhas não se apagaram,
Resistiram às enxurradas.
Tantos janeiros calcificaram
Minha tez nestes caminhos de pedra.
Libélulas e borboletas
Sonham com flores da primavera
E isso me mantém
No céu claro de minha infância.
Uma eternidade é um sopro
Quando o chope está gelado.
Por que não nos acostumamos
Com os morcegos seculares
Que habitam as torres das igrejas?
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
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