segunda-feira, 5 de outubro de 2009

ALMA VAZIA

Assim vazio como estou
Que poema se me insinua?
E essa idéia esquiva, quase nua
Diz-me de forma crua
Que meu mundo desmoronou.
Nada, nada me acalma.
Assisto o naufrágio de minh’alma.
Meu poema se quedou
E eu inócuo, quase morto,
Perdi o rumo, o porto,
Descarrilado, torto
Por errantes caminhos,
Sem encontrar meu ninho.
Só me resta a réstia da utopia,
Fragmentos daquilo que sonhei um dia.
Só me resta restos da anarquia
Que professei como sendo minha filosofia.
Só me resta as vestes, a fantasia
Que, palhaço, usei um dia.
Só me resta minha pobre poesia
A me acalentar neste mar de hipocrisia.

Nenhum comentário: